quarta-feira, 21 de março de 2012

Tristezas e Tormentos: Desafios para um futuro jubiloso


Que todos anos têm em si, enormes surpresas, todos nós sabemos! Porém, quando a família no sentido africano do termo, vagueia sem rumo, sem que nada se encaixe nos carris, a surpresa se torna desagradabilíssima. Lamenta se por todos flancos. Os pressupostos da sobrevivência são clamados, sem no entanto, alcançar o âmago das verdadeiras causas de algo assim.
Cada integrante desta carruagem, cogita que seja apenas uma fase, algo de tentação transcendental, cujo fim se pretende flexível e com um futuro jubiloso à vista. Na verdade, para cada efeito, se esconde uma causa, mas, a pergunta que paira no ar se desvanece logo que se pensa, porquê justamente nós os eleitos, para tamanha tristeza e enorme sofrimento?
Problemas financeiros imputados à crise económica global, que em si, demandam tumultuosos desempregos pelo mundo, são apenas uma das faces, destes, enormes tormentos. A imprecisão de algumas fantasias de natureza profissional, decorrentes de uma fictícia luta incessante sobre os desafios que a vida nos impõe, leva a que decisões precipitadas sejam tomadas sem observar na mesma proporção, as consequências delas resultantes.
A tristeza é gigantesca. Aparentemente, a coesão familiar mergulha se no alvéolo cada vez mais profundo, e, se perdem os valores morais. A ausência do alento familiar, propicia a entrega à suicídios inusitados, atribuídos nalgum momento à inúmeras frustrações passionais, acopladas à problemas financeiros.
Vagarosamente se aguarda pelas notícias tendentes a melhorar o actual estágio desta conjuntura, que dia a dia tem sido o calcanhar de Aquiles. Impávidos de melhorar e cristalizar ainda mais está vida encarecida, não se têm, infelizmente, um panorama vistoso destas tristezas e tormentos.
A maioria de nós, vivencia sonhos de um mundo tão real, triste, onde a ostentação de poucos vulgariza a qualidade de vida mergulhada numa falsidade, onde qualquer semelhança se resume a uma triste coincidência.

Por Saiwala Mic
..........................................................Tisungane Project...............................................

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A derrapagem da Burka

Por: Big Karucha


O título desta reflexão, vem das várias opiniões que li no jornal notícias, desde que o caso despoletou atenções com intervenção de entidades politicas do país. A decisão de Ministro da Educação foi não, a Ministra da Justiça também bateu na tecla não a Burka nas escolas moçambicanas. Este caso merece uma reflexão moçambicanizada e não a partir de transposição do modelo, o mais próximo é o francês como uma referência para se seguir, como apelam algumas opiniões.

Moçambique é um pais multicultural, isso ninguém pode negar, as influência do mercantilismo do século XV também deixou marca indelével, no que diz respeito a religiosidade, Cabo Delgado é uma região característica com influencia islâmica em grande medida, a dança tufu é uma evidencia desta situação mas nunca vieram a ribalta abolir essa pratica, por considerarem um património sociocultural impar que singulariza Moçambique.

A questão da Burka deve ser analisada tendo em conta o contexto sociocultural daquela região, refiro me de Cabo Delgado onde a Burka ganhou contornos alarmantes, os países africanos ratificaram acordo da Declaração dos direitos humanos incluindo as minorias. De tanto ler a questão da Burka não me lembro ter visto uma passagem que defende o direito das minorias, muito menos a esclarecer os efeitos que isso pode causar numa altura em que se procura incentivar a permanência da rapariga nas escolas.

Os sociólogos também podiam dar seu ponto de vista sobre a Burka, a perspectiva de Merton pode ajudar a esclarecer muitas coisas que são assumidas como não admissíveis, o ministério da Saúde foi o primeiro a endossar as redes mosquiteiras brancas a Província de Cabo Delgado a anos atrás, esta foi a função manifesta na linguagem mertoniana para combater a malária, como resultado, as comunidades levaram as redes para a pesca nas praias, fundamentando que simbolicamente as rede branca representa algo nefasto relacionado com a roupa que é vestido o morto (Cafane) isso na religião muçulmana.

A malária continuou a conquistar o espaço, feito estudos, constatou se que as comunidades não usavam as redes embora tivessem recebido, as mesmas serviram para outros fins, e não de combater a doença, isso revela uma lacuna do lado do ministério da saúde por não ter estudado o meio em que as redes mosquiteiras seriam distribuídas. Neste contexto, pergunto me onde estavam os especialistas que tem por obrigação estudar o meio sócio cultural antes de tomar quaisquer decisão sobre a necessidade de distribuição das redes aquelas comunidades? Refiro me dos epidemiologistas, tendo em conta que a malária constitui preocupação da saúde?

Outra experiencia que colhi, ainda no jornal noticia, foi a ideia de montar se uma empresa criadora de porcos em Cabo Delgado, numa região onde a maioria da população é muçulmana, isso contrasta com a realidade daquele ponto do país, apesar de não ter se materializado o intento governamental. Talvez se tivesse materializado a ideia poderíamos tecer argumentos que direccionassem no sim ou não.  
Esta volta que dei, foi para ilustrar algumas incongruências quando tomasse decisões sem ter em conta a realidade de que analisamos, isso expõe as entidades a vulnerabilidade sobre o real característico. Ai diria eu, onde é que os assessores que garantissem que a hierarquia máxima fale antes de investigar se o fenómeno?

As práticas sociais são propriedade legítima e reconhecida pelos seus usuários, deste modo qualquer decisão a ser tomada deve ter em conta a realidade em debate. As comunidades podem não manifestarem-se contra a ideia dos Ministros sobre a Burka, mas os efeitos podem se sentir na retirada dos seus filhos nas escolas em particular as raparigas, que são as que vestem a burka. Algumas opiniões mostram tendências religiosas das que pronunciam ou apelam ao não da burka, confundindo a pratica da burka islâmica, com as suas confecções religiosas seja qual for.

Lembrei me que, numa zona onde a maioria é bêbado as leis funcionam e defendem os que bebem e não ao contrário, a menina da Burka é quase uma gota de chuva no meio do oceano, a sua insignificância faz esquecer que o oceano não se faz de milhões de metros cúbicos acumulados em um segundo mas sim de pequenas cotas de chuva que vão se juntando correndo em direcção ao oceanos.

Moçambique está globalizado, os académicos ainda tem o desafio de discutir a influência dos midias, sobre as opiniões públicas numa sociedade pouco escolarizada, onde as ideia veiculadas pouco ou nada são digeridas, a comunidade quase implementa tudo que vêem nas novelas, a forma de vestir é um dos temas que até a função pública e a sociedade em geral devia olhar com muita atenção.

Voltando a Burka, as escolas moçambicanas introduziram o uso de uniforme, ai tudo bem, mas quais são as condições impostas na feitura do uniforme? Que áreas do corpo devem ser cobertas? E como deve ser usado? Se chegarmos numa escola, deparamos com a libertinagem na costura do uniforme, cada um ao seu gosto, as meninas trajam saia curtas que até não lhes permitem sentar, quando a ventania sopra é lamental ver as nossas irmãs preocupadas com seus vestes.

O que me deixa preocupado são os propalados índices de assédio nas escolas, abusos sexuais que ocorrem no meio escolar, até chegando aos extremos de engravidar, embora se diga que os promotores disso tudo são os professores e colegas das raparigas. Ai, tudo bem, essas práticas são uma patologia da sociedade moçambicana, varias organizações se mobilizam para combater este mal, por que a escola é não é campo de relacionamentos amoroso, muito menos espaço de ensaio de prazer.

Porém, fica um espinho na garganta, qual é a causa de tanta maldade, o porque de tantos abusos e assédios nas escolas, nos postos de trabalho? Como é caracterizada uma secretaria apresentável, seja particular ou sectorial duma instituição? E como é que as raparigas se apresentam nas escolas, embora estejam trajadas de uniforme? No meu imaginário penso que, alguns problemas que se vivem actualmente no mundo, são derivados de transposição de modelos de modos de ser, quando falham resultam em danos enormes.
Não me lembro de ter ouvido, de algum defensor dos direitos humanos, das feministas, dos deputados, dos políticos, dos religiosos e outras entidades da sociedade civil a propor uma código de conduta nas escolas no que respeita ao uso de uniforme. A Burka é uma prática islâmica embora discutível quando ao seu uso, a lei islâmica tem pressupostos naturais, o corpo do ser humano é sagrado mesmo morto continua a ser preservado.

Todo ser humano que professa a religião islâmica tem por obrigação tapar seu corpo, não se expor aos estranhos, começando de casa, a menina/o não pode vestir roupa transparente, que chama atenção aos que o rodeiam. Acredito que essa clausula é quase transversal, a promiscuidade que Levis Strauss analisou encontra se escondida em todos livros sagrado antigo testamento e o alcorão sucessivamente.

Por que as meninas devem mostrar suas pernas aos seus colegas, aos seus professores, não estariam a violar os direitos dos outros? Ao se exporem, o que se espera? É lamentável nos dias de hoje ver meninas nos vídeos clips, exibindo seus corpos ao lado do homem bem trajado. Onde é que esta a liberdade dessa rapariga, senhora em decidir sobre sua vida, seu futuro …etc?

De tanto ler livros de género, aprendi que educar uma mulher é educar uma nação, nestes moldes que nação estamos a educar, se a liberdade esta sendo transformada em libertinagem, mesmo pelas entidades que deviam se preocupar em regular a conduta desta futura nação. Não sou defensor da burka, muito menos contra a burka, mas sim um moçambicano que vêem seu país a derrapar nos seus valores, Moçambique não é um pais homogéneo socioculturalmente, isso deve ser a primeira coisa a se tomar em conta nos discursos das entidade politicas desta jovem nação.

Por isso se diz, podemos viver juntos mas diferentes? Alan Touraine pergunta nos, penso que sim, a moçambicanidade constrói se na diferença e não na igualdade, no sentido de que cada região tem seus hábitos, suas praticas, seus valores e normas, mas todos concordamos que somos moçambicanos seja de onde for, do norte, centro e sul. O importante é reconhecer que somos heterogéneos, cultivar o sentimento da moçambicanidade, a própria democracia é fundada na diferença por isso a constituição da república teve que ser revista em 1990 e posteriormente em 2004 para acomodar este princípio.

Um dos pressupostos é o de educar rapariga e a mulher moçambicana para empodera-las, isso é bem-vindo para uma nação onde a maioria da população são as mulheres, visto que, estas participaram na luta pela libertação do pais, mas quase nada ganharam com o seu engajamento politico. Do lado positivos são as leis que as defendem, também chamam nas, atenção em traçar os deveres que estas têm com a pátria, reconhecendo que desempenham muitas actividades ao longo do dia muitas destas não remuneradas.

Os país e encarregados de educação mandam seus filhos para aprenderem a ciência e desvendar os mistérios que esta criou ao longo dos tempos sobre o povo moçambicano, se os país ou avos destes jovens conquistaram a independência politica, agora é a vez da geração de viragem galgar rumo a independência económica. Mas este desafio é triangular, visto que não depende apenas da geração da viragem para alcançar essa gloriosa batalha que tanto se almeja.

Desta forma, temos que reconhecer que o mesmo Moçambique tem problemas diversificados, já ouvi falar de crianças que estudam sentados nos paus por falta de carteiras, embora estejam em zonas onde a madeira é abundante, até sendo pessimista algures da cidade de Maputo há crianças que sentam no chão por falta de carteiras nas suas escolas, mas as crianças nunca deixaram de ir a escola por estarem em condições diferentes.

Contudo, Moçambique não se cinge ao catolicismo, ao protestantismo, aos velhos apóstolos, a universal, aos do sétimo dia em diante, também os muçulmanos estão lá com suas práticas, regras religiosas e seus princípios. Os católicos identificam se com o crucifixo mas ninguém da entidade veio a realçar a sua interdição, as freiras que frequentam as escolas do pais aparem trajada com o seu uniforme, então por que do não da burka? De que Moçambique estão a defender V. Excia! Homogéneo ou heterogenia?


segunda-feira, 4 de julho de 2011

A Saudade do Herói Platónico (S&M)


Por Saiwala Mic

A saudade espanca, embora reconheça que a distância “não separa, mantém  intacta a lareira do amor  entre dois apaixonados”. Estou-me nas tintas com a vida que tenho levado, visto que me distanciei, e de que maneiras da minha família. Os meus dois e principais amores depois do amor platónico que só a minha mãe atrevi-me a dar. Os meus amores sabem de quem me refiro (S&M).

Os mesmos que por motivos académicos, e agora profissionais, perseveram colocar me distante dos encantos daquele belo monumento, único e exclusivo, dos incomensuráveis seios e traços faciais, dos inequívocos beijos molhados, dos abraços e das noites de luar, das declarações espontâneas…Reminiscências guardadas no coração.

Esta saudade vem definir de forma clara, que o amor renasce e cresce a cada mensagem, telefonema e a cada grito de pranto excepcional da pequena “M”. A saudade cresce ainda, quando sozinho estiver no nosso majestoso quarto. Imaginas, é o que ele próprio declara. Por isso mesmo, bastante curiosos são os meios de que me sirvo com frequência  para obviar a esse inconveniente, o de estares tão distante.

O mesmo se dá, se houvesse de exprimir-me num idioma de vocábulos e fraseados mais longos e de maior pobreza de expressões do que às que normalmente uso. É o embaraço que experimenta o “homem de génio, para quem constitui motivo de impaciência a lentidão da sua pena sempre muito atrasada no lhe acompanhar o amor…”.

Não pretendo usar a saudade para ser tão meticuloso no sentimento afectivo que tenho por vocês, aliás,  sós a razão da minha existência…Eu amo-vos e guardo vos no meu coração…por isso, se me permitem, direi que, esta é a saudade do herói platónico.

::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::tisunganeproject::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::


quarta-feira, 9 de março de 2011

Rockets dos Mais Recentes Finais de Semana

O mundo anda complexo. A dita dinâmica dos fenómenos mundanos. Os finais de semana deixaram de ser os mesmos. Como consequência disso, pelos cantos da cidade, juventude “masturba” ideias infames que desembocam no mais antro da perdição, são os Rockets dos mais recentes finais de semana.
A droga no mais lato sentido, toma conta das nossas ruas, durante os finais de semana. A quem culpabilizar ou responsabilizar, se tudo acontece sob nosso olhar impávido. Cada um de nós, já observou um letreiro num desses bares “proibida a venda de bebidas alcoólicas e cigarros a menores de 18 anos”,mas que, na verdade, vende-se os referidos artigos sem nenhum peso de consciência, à tais menores.
Pequenotes disputam com os da “velha escola” o mesmo copo de cerveja e frequentam os famosos Clubes Nocturnos da cidade. Está situação é digna de maus olhares para quem tem um mínimo de preservação de valores morais. Os dissabores não tardarão por chegar.
É lamentável porque, os Rockets dos finais de semana têm formado uma juventude viciada, debochada e irresponsável, a mesma que alguém ousou apelida-la de ser capaz de vender o país. No entanto, não quero aqui de forma alguma, acusar toda juventude moçambicana, há que ressalvar os esforços dos jovens preocupados em vencer a pobreza no verdadeiro sentido, os mesmos do CNJ, do Parlamento Juvenil, da OJM e de outras agremiações em prol de uma juventude próspera e livre do HIV-SIDA.
Os finais de semana devem servir, sem dúvida alguma, para refastelar depois de uma jornada semanal de trabalho, ou seja de aulas e de qualquer outra actividade, mas, não quer isso dizer que, se deva perder o juízo. Que se deva entregar ao álcool sem limitações…
Não temos que imputar toda a responsabilidade aos promotores de eventos (entreteiners), que apesar de impulsionarem noites com álcool à mistura, há que frisar: o jovem tem a última palavra, falta-lhe a decisão final. Tem que saber quando e porquê parar, ou beber moderadamente, mesmo quando pensa que a festa esteja boa demais.
Contudo, nestes finais de semana modernos, acontecem cenários que se registados, filme desagradável aos pais e encarregados de educação visualizariam, ao ponto de se calhar, poderem medir de alguma forma o risco que seus educandos correm nas ruas, dada sua vulnerabilidade face aos chamados Rockets dos mais recentes finais semana.


:::::::::::::::::::::::::::::::::::::tisunganeproject:::::::::::::::::::::::::::::::::::

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Danos Colaterais

By Saiwala Mic
Ficamos informados que a crise política na zona do Magreb, as cheias que assolaram sobremaneira a Austrália, anunciaram que nos próximos meses, com enfoque para o de Março, mais uma crise económica mundial terá lugar. Adicionalmente, nos foi comunicado que os preços dos combustíveis irão subir, cá na urbe, os subsídios do mesmo produto e alimentares também serão suprimidos… De todos lados vejo flechas apontadas a nós desprovidos de recursos para uma eventual “legítima defesa”.
A produção agrícola contínua a baixar, a segunda época, comprometida se bem que, nos últimos dias, não chove o suficiente, as águas do Umbeluze, do Limpopo e as do Zambeze sequer pouparam as nossas culturas. Advinha-se, porém, meses desoladores, mesmo com o discurso fortalecedor de que: “a segurança alimentar está garantida”!
Muito alarido ainda, apesar de mensagens para quiçá acautelemo-nos de tudo quanto nos espera. Se o Governo que é o gestor mor de recursos do povo, apela a posicionarmo-nos melhor, supostamente porque não dispõe de recursos para suplantar a crise, e nós coitados se dele dependemos, como o faremos?
Soam vozes que nos inspiram alguma esperança, quando com pompa e circunstância, afirmam que para os cofres do Estado, avultadas somas em dinheiro foram arrecadadas, fruto de um esforço conjugado dos diversos intervenientes, directamente ligados a área de arrecadação de receitas do Estado, pena, porque ainda continuamos com o deficit nos pilares do orçamento do Estado.
Diremos aos nossos compatriotas, lá onde não se fala português com muita fluidez que, tudo quanto estamos e iremos passar, são os chamados “danos colaterais de uma economia mundial fragilizada”. 


::::::::::::::::::::::.tisunganeproject::::::::::::::::::::::

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A SUPERIORIDADE DAS POSIÇÕES POLÍTICO-SOCIAIS

Por Saiwala Mic

A superioridade das posições político - sociais arregaça ilustrações que merecem reflexão especial neste espaço. Não são necessariamente, actos de censura aos políticos audaciosos e manipuladores do povo de que o sarcasmo e descaramento deram lugar a corrupção exacerbada nas instituições do Estado.

São sim, reprovações daqueles que os impostos e outras taxas pagam suas mordomias e deixam em maus lençóis os verdadeiros beneficiários (o povo). São murmúrios daqueles que olham um país onde a Justiça e os tribunais funcionam em função do “Boss” do dia, sem prejuízo dos esforços desencadeados nesta matéria pelos timoneiros destes órgãos.

Não quero porém, trazer cenários novos, já que, para se designarem coisas novas, são necessários termos novos. Faço eco da tónica dos debates que têm sido alvo de muitos comentários nesta bela pérola.

Não quero, neste âmbito, discutir o mérito de tais comentários, mas, considerando apenas o lado linguístico da questão, diria que estamos todos dissertando sobre a mesma faceta, a de ver “Moçambique livre dos abusos” perpetrados por pessoas próximas “ (membros do partido) ”, que graças ao sistema judicial que os encoberta, continuam impunes.

Quero ver revolucionado o espírito do camarada. Aquele que um dia pegou em armas e libertou o pais para o benefício da maioria (o povo). Façamos desaparecer o egoísmo e o orgulho incomensurável nos nossos camaradas. Compatriotas, como eu, há muitos, “a nossa escova é curta”[1], se calhar, por isso, não alcancemos os decisions makers

A todos estes que abusam da superioridade de suas posições político-sociais, para, em proveito próprio, oprimir o povo, digo-vos sem escamotear factos, “ merecem anátema! Ai deles! Serão, a seu turno, oprimidos: voto do povo sofrido, jamais”!!!




>>>>>>>>>>>tisunganeproject>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>


[1] Original de Kara boss (Duas Caras).

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A Utopia da Família Moçambicana


Por Saiwala Mic

Lá no fundo dos seus olhos afigura-se um futuro brioso para toda família, que apesar do ano pretérito ter sido um estrépito, arregaça as mangas para mais e enormes duelos de longas noites nesta urbe. Caminhar sozinho, nunca. Claro, advinha-se uma luta conjunta.

A poupança nos recursos públicos, financiou os subsídios às gasolineiras e às panificadoras, e que felizmente até Março se beneficiará deles. E depois deste período, não sabe se os preços que subiram a galope nas festividades, baixarão, porque nessa altura o subsidio será lhe retirado.

Rumo a prosperidade é o discurso do dia, o que ele não sabe, é se este, começa com 13º vencimento, ou se a definição do salário mínimo do ano, será determinado, com base no ínfimo significado da cesta básica.

Sem dúvida, os desafios são tantos. Tem três filhos. Um terminou a 12ª classe e clama para uma vaga na Universidade, se  bem que na pública não é tão simples quanto parece, portanto, fica a mercê das privadas com propinas “competitivas”, mas que afundam o seu bolso. Preocupação agora, é com os outros dois filhos, a época de matrículas abriu, porém, o encontrou financeiramente derrubado, já que a festa de família e a de final de ano mutilaram as míseras moedas de que dispunha.

Desafios são enormes ainda, quando sonha com a revolução verde revertida no seu campo de cultivo; o dispor do credito agrário autêntica e robusta realidade; a escola, o acesso a saúde e de água potável,  cada vez mais próximas de si.

Pensa que neste novo ano, a energia de Cahora Bassa, estará disponível em todos 128 distritos. Acredita que, o estudo de impacto ambiental seja favorável para construção de mais uma barragem, a de Pandancua.

Vezes sem conta, imagina a quantidade e qualidade de benefícios a colher graças a descoberta do petróleo na sua urbe. Arquitecta ainda que, a Linha de Sena esteja pronta para fazer o escoamento do carvão mineral de Moatize.

“Dramatiza” a ideia de ver revista a Constituição da República, embora uma ala sobejamente conhecida, que afinal, da qual é membro, procura a ferro e fogo faze-la acontecer.

Almeja no entanto, ver construídas e reabilitadas pelo menos 5.000 km das estradas nacionais, que nas épocas chuvosas, são um calcanhar de Aquiles para si.
Evidencia a possibilidade de ver equipada a polícia de segurança pública e terminada a corrupção promíscua nas Instituições Públicas.

Contudo, estes e outros tantos desafios não descritos, são o apêndice  para se vencer a pobreza na sua urbe. Uma coisa é certa, os desafios acima, não passam de mera utopia da família moçambicana.







…………………..TisunganeProject………………………………………………