quinta-feira, 21 de outubro de 2010

MOÇAMBIQUE VS RACIONALIZAÇÃO DE RECURSOS PÚBLICOS


Por Saiwala Mic

Apesar de reconhecer que as medidas de contenção e racionalização das despesas públicas tem sem dúvida, uma boa tonalidade para a sociedade moçambicana acostumada em ver esbanjamentos de recursos pelos seus governantes, custa-nos acreditar que essa racionalização da despesa no âmbito da gestão e execução do orçamento do Estado, esteja de facto, a ser operacionalizada na íntegra.
Ora vejamos, cancelamos uma viajem de Chefe de Estado aos EUA como uma medida de austeridade, mas, em seguida realizamos duas que supostamente engrandecerão a economia nacional com investimentos. Esquecemo-nos que da Índia trouxemos créditos acima dos 500 milhões de dólares, o que compromete as próximas gerações, mesmo assim, sentimo-nos satisfeitos. Estamos ainda, perpetuando o espírito de pedintes e incapazes de auto-sustento através do aumento da produtividade decorrente da revolução verde e do alcance dos objectivos do PARPA II.
Estivemos na Índia e agora em Espanha, depois, não sabemos qual será o país de eleição, "mostramos o nosso país"? Ou buscamos encher nossos bolsos com comissões das possíveis e potenciais empresas com vontade de investir na bela pérola do Índico?
Para alguns, os nossos timoneiros querem sim, fazer os mesmos feitos dos seus antecessores, aparentemente para manter viva a diplomacia moçambicana ou para, antes dos términos dos seus mandatos, lá passarem, como forma de marcar "simbolicamente" a história da diplomacia mundial.
Profundamente reconhecemos que compreendemos menos sobre as medidas de racionalização na medida em que, não temos consciência suficientemente interpretativa de analisar se "a conjuntura internacional desfavorável, originada pela crise económico-financeira global" levou a que, o nosso magnifico Governo se reunisse extraordinariamente no dia 07 de Setembro, ou se as manifestações de 01 e 02 do mesmo mês teriam influenciado tal decisão?
Não compreendemos ainda, quando apesar de restritos os seminários, viagens, reuniões de carácter nacional, estes, continuem a ter lugar em quase todas instituições do Estado. É só avaliar a quantidade de viagens de dirigentes de Ministérios e Institutos do nosso País sem falar da presidência aberta e inclusiva que até certo ponto, é "bem-vinda". Onde é que está a racionalização?
Se calhar, por isso mesmo, a compensação na importação de produtos de primeira necessidade seja autentica miragem, já que, mesmo para os pequenos empresários e produtores, é difícil adquirirem os certificados de origem e poderem usufruir potencialmente da zona livre da SADC.
Faria sentido se, por um lado, a racionalização começasse dos big boss, para que os que estão aqui na base também cumpram, pois assumimos que estes fazem a réplica dos actos e realizações dos seus superiores. Por outro lado, se queremos racionalizar recursos públicos, é inconcebível que a comitiva presidencial seja composta por mais de 50 acompanhantes.
Não queremos alongar muito, incumbe-nos agora, saudar o esforço e a vontade de ver manifesta a ideia de contenção e racionalização de recursos públicos não exclusivamente aos Ministérios e Institutos, mas sim, encarnada nos representantes do povo na AR que, também nos parece que "poupam muito" com seus gastos, as vezes desnecessários, se bem que, há matérias que não carecem de formação de uma comissão had-oc. Seria bom que lutassem para junto do Governo que,  se acrescente ao fundo de iniciativa local um outro fundo, o de fomento agrícola.
Contudo, se os gastos de recursos públicos, justificarem uma melhoria na condição social dos moçambicanos, serão sempre bem-vindos.
VIVA A MOÇAMBICANIDADE! VIVA!! VIVA!!!


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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Salve Caná Prometida!!!

Por : Saiwala Mic


Cá a vida em nossa volta é uma autêntica encruzilhada. Nos parece estar sob os auspícios dos enfermos, pois nada nos dá vontade de continuar com um sorriso no rosto, pese embora lá bem longe desta urbe rumores da chegada de uma dádiva, a semente pela qual depende a vida na terra.
Nostalgia nos olhos, coração fraquejado, afinal Caná nem sempre foi sinónimo ou símbolo de paz e de felicidade plena como nos prometera Moisés no Egipto.
Caná transformou-se num purgatório onde habitamos e labutamos com o maior Lúcifer, o abutre destemido, onde a intolerância, a freguesia de alguns, a Guerra, a fome e todo tipo de epidemias teimam em continuar nos abarbatando.
Lembramo-nos que no Egipto, apesar da escravatura e do poder faraónico, os nossos filhos tinham comida e nós mantínhamos intacta a nossa dignidade e respeito quer mútuo bem como divino.
Oh, falso Moisés, porque ousaste em nome do senhor, levantar o falso testemunho, a dita falsa profecia? A terra prometida e propalada durante séculos tinha esta dimensão?
Encarecidamente, clamamos senhor que, nos mostre o verdadeiro caminho que nos leve a Caná pura onde só habitam as tuas maiores virtudes, onde possamos partilhar do teu amor, alegria, paz, harmonia e uma vida sadia.
Lembramo-nos ainda que no Egipto tínhamos pequenas infra-estruturas se bem que faraónicas, mas a nossa vida não era condicionada pela subida do preço do pão, do combustível, do tomate, etc. Contudo, não precisávamos que rebelássemo-nos e, vandalizássemos os teus pertences como corolário da busca incessante da pretendida estabilidade social.
Falso Moisés! Seguramente em nome do teu senhor fizeste nos acreditar que Caná prometida, mudaria a nossa vida, nos ofereceria no mínimo mais postos de trabalho e que sob tua égide não nos faltaria habitação e alimentação equilibrada, não ganharíamos pelos nossos erros prémios como pobreza urbana, acidentes nas estradas, Criminalidade, calamidades, índices cada vez crescentes de HIV mesmo com muitas estratégias e investimentos frutos dos peditórios externos.
Nos faça então regressar ao Egipto se não queres que nas próximas eleições mesmo que nos prometas transformar pedras em diamantes de sangue, o gás de pande mais barato na nossa urbe, aquela energia que é nossa seja realmente revertida e em benefício dos teus súbitos, que a fome graças a revolução verde seja convertida em abundância e maior produtividade de alimentos, qualidade de vida, paz e tranquilidade desejada, pois não faremos parte desse maldito e nojento escrutínio ou ainda antes que 01 de Setembro seja o nosso dia-a-dia, quem sabe só assim nos respondas.
Mormente, Imaginas tu, quantos nesta urbe pensam como nós? Todos. Cada um de nós é o apêndice para tornar possível o nosso regresso ao Egipto onde partilhávamos com o Farão as suas alegrias, conquistas e fraquezas.
Moisés, em nome do redentor, libertai-nos e ofereça-nos pouco do melhor que ostentas. Não te queremos pedir o impossível, necessitamos porém, de abrigo, comida e vivenciar a luz da tua presença, já que as tuas visitas constantes de nada nos são úteis, se só tu é que enches a pança…
Todavia, também sabemos da tua aparente carência de recursos e que em Caná só te preocupas com o teu estômago e com o bem-estar dos teus comparsas. Sabemos ainda que, só te identificas connosco para tornar publico e internacional a tua insolência e ostentação de poder, como teus filhos nos disseram noutro dia, comemos da mesma ceia com o Senhor e seus anjos, esquecendo se por completo de nós, teus súbitos.
Façais-nos sim Senhor, regressar a terra da nossa procedência, buscamos de si todos nossos direitos e benesses que merecemos…
Entregamos nas tuas mãos as nossas vidas. Salvai-nos senhor. Salvai senhor Caná prometida.





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Lutar por Moçambique

Por Saiwala Mic
 
Tudo quanto vou dizer transcende todo tipo de responsabilidades que me são incumbidas no panorama político, económico e social, dado o facto de não imaginarem quão é complexo e relutante lutar por Moçambique.
Uma vez ouvi dizer que o arquitecto da unidade nacional, que deus o tenha, teria já muito antes do desencadeamento da luta armada, pensado e escrito sobre lutar por Moçambique, obra que sem dúvida, de alguma forma, me inspira e me nutri de confiança de continuar granjeando parte da vasta e rica “história nacional”.
Lutar por Moçambique não termina com a independência nacional, mas coincide sim, com a perspicácia de conhecer cada vez melhor as potencialidades de que a nossa pátria amada pode proporcionar para alcançarmos o almejado desenvolvimento.
Não é menos verdade que recursos em Moz, são tão abundantes como a água no rio Zambeze que em certas épocas de chuvas transborda e consequentemente, coloca em risco milhares de moçambicanos indefesos.
Neste campo, lutar por Moz, começaria por criar condições propícias com vista a redução do risco e de vulnerabilidade destas populações, que até certo ponto não é tarefa exclusiva do Estado, mas, cada um de nós é convidado a participar tendo como corolário a redução do risco de calamidades de vária índole.
Relativamente aos recursos, é importante que todos tenhamos domínio do acervo de recursos minerais, bem como da sua real capacidade de utilização e compensação em termos de benefícios sociais para a população, fundamentalmente da responsabilidade social das empresas adjudicadas a exploração de vários mineiros no que tange a melhoria ou não da condição de vida das populações residentes nas áreas circunvizinhas destes projectos. A pergunta que se coloca sempre, “é querer saber se a população residente em Tete com a Valey e Riversdale, em Inhambane com a Sasol, em Maputo, com a Mozal,  sua condição de vida melhorou ou não desde que estas mega empresas estão a operar?
Se não? Porque é que isso prevalece? É necessário, pois, que, descubramos o modus operandi destas empresas antes que, simplesmente se limitem em pilhar as nossas riquezas. Cada um de nós, é bom que seja vigilante. Aqueles que vem dizendo aos quatro ventos que são académicos e iluminados, o que tem feito para mostrar e fazer conhecer a população dos prováveis direitos que lhes assistem com a instalação destes mega projectos?
Portanto, lutar por Moz, não passa disto…
Não diria que os nossos governantes têm pouca lucidez, porque, apesar de nalgumas vezes preocuparem-se com certas comissões na concepção de muitos projectos, no fundo do coração, se calhar pensam em aliviar a pobreza e seguir a risca os objectivos do milénio. Por isso sejamos nós, jovens de meia tigela os lutadores desta pátria amada. Talvez por isso, a quem pensa que é a dita Geração de viragem, mas o que é isso? Chuva de pouca molha...
Seja geração de viragem ou não, orientemos Moçambique para onde já devia estar. Não lamentemos, nem pela guerra dos 16 anos, nem pela governação dos que fizeram ou dos que fazem, façamos sim, a nossa parte. Fiscalizemos esses timoneiros, façamos com que o erário público seja eficientemente administrado e que, acima de tudo, o PARPA II em curso alcance os objectivos preconizados. Mas como?
A quem diga que, sejamos peixes miúdos e que tenhamos cuidado com os tubarões à vista. Quanto a nós, isso constitui pólvora para incansavelmente lutar pela preservação da paz e pela consolidação deste desenvolvimento mental, económico e social que já não é miragem, mas, autêntica e robusta realidade.
Lutar por Moz, é criar um ambiente político saudável, uma lei eleitoral que albergue os anseios dos diversos intervenientes políticos e porquê não da sociedade civil? É estabelecer mecanismos de intercâmbio directo, onde os magníficos representantes do povo não se reduzam em elaborar discursos em benefício dos seus partidos, mas que, sejam porta-vozes dos reais e diversificados problemas do povo.
Criar condições para que, a realidade macroeconómica seja estável, a taxa de inflação anual não atinja 8%, aumentando a produtividade e do valor do PIB nacional, constituem linhas orientadoras para lutar por Moçambique.
Lutar por Moz, se calhar seria, tentar coordenar o aumento salarial a uma percentagem que pelo menos se enquadre ao pacote da cesta básica mensal proposta pelos sindicalistas que em vez de cederem sempre, deviam manter o braço de ferro até encontrar-se meio-termo com o governo.
Nestes últimos dias, vaticina-se então, a provável existência de petróleo na bacia do Rovuma e rumores apontam para adjudicação de prospecção do mesmo produto em Inhambane a Sasol. A ser verdade, lutar por Moz, seria evitarmos que lutas desnecessárias como acontecem no Congo, Burundi, etc, para o controlo de recursos escassos aconteçam. Para tal, temos que, engajados, galvanizarmos para junto do governo uma gestão clara e transparente deste precioso recurso. E mais ainda, que os seus dinheiros beneficiem e aliviem a pobreza das populações no sentido lato da palavra.
Moçambicanos do Índico ao Zumbo e do Maputo ao Rovuma sem distinção de raça ou de cor, lutemos para que, se for para alterar a Constituição, seja uma medida que desemboque nas aspirações e realidades que beneficiem exclusivamente, o povo, e não necessariamente para fazer com que, pessoas que temem a lei mãe, ajam de acordo e dentro dos seus ditames para concorrer a um mandato adicional, supostamente em nome do povo…
Mãos à obra, lutemos por Moçambique, hoje, amanhã e sempre…


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terça-feira, 5 de outubro de 2010

As palavras certas de uma História de Amor

Por Saiwala Mic




Hoje, em plena Quinta Feira, reflectindo, são 12 horas. E ai, algo me vem a cabeça, penso em contar-vos uma história de Amor mas falham-me as palavras certas e corectas, quero no entanto, descrever-vos o sorriso da clara manhã sobre os corpos nus sobre o leito, despidos de fraquezas e recheados de amor mas também, me faltam as palavras certas e corectas.


Decido porém,  desenhar-vos os rostos quietos selados num beijo das almas, as mãos entrelaçadas e suadas pelo som do amor, os braços calados segredando medos ao alvorecer mas acho que não sou capaz.

Quero ter a coragem de vos descrever os olhos mansos, presos sobre as ondas do cabelo escuro, moreno como queira, as pupilas repletas de amor para entregar de rajada... mas a quem?? Se calhar só vos saibam!


Quero ainda ser capaz de suspirar o amor que transpiro nos poros destes corpos amantes. Mesmo assim, sinto que existe algo em falta e que até certo ponto me transcende...


Chego a pensar que contar vos uma história de amor não seja assim tão simples como se pensa, aliás não acham que tenhamos demasiados romances, novelas, poetas, poemas até frases amorosas mas que, mesmo assim, não descrevam de todo um sentimento tão exuberante como um amor profundo...?


Para vos contar esta história de amor, gostava de chegar-vos mais perto, romper com o homógeneo das ruas cinzentas de Vilankulo e cegar-vos os sentimentos que no corpo vos abrem fendas e quiça trilhar as linhas das horas sempre que o tempo para. Todavia, não encontro as palavras certas e corectas para o efeito.
Assim, quero pedir-vos desculpas pela minha insolência e atrevimento de pensar que passar os dedos pelos seus cabelos, cheira-los tal como a carência de procurar os seus lábios descobrindo o seu rosto, tenha no mínimo algum teor de uma história de amor. Entao, o que acham??


Para terminar, se calhar, prudente seria dizer-vos que esquivar-me para o café nos lábios e saltar-me o apetite de te-la agora, a vontade de morder-la o sono e por assim dizer, atrevessando o seu corpo com beijos, esperando que a sua pele expire de agitação que carrego nas veias, fosse uma óptima forma de escrever uma história de amor. Mas, realmente, é apenas uma esferográfica de tinta azul pintando este pequeno esboço de papel de que me sirvo agora!!!


É bem melhor que sejais solenemente dotados dessa possibilidade de avançarem como seria de todo romântico numa história de amor de que me ousei abordar...


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